A partir de 07 de Março, as crianças brasileiras terão um novo herói para lhes representar. Desenvolvida pelo ator Junior Dantas ao longo dos três últimos anos, a primeira temporada da websérie “O Pequeno Herói Preto” será lançada no YouTube com um episódio a cada semana.
Fãs de Super Choque produzem filme sobre o herói
Com roteiro do próprio Junior, colaboração da escritora Kiusam de Oliveira e direção de Rodrigo Menezes, ‘O Pequeno Herói Preto’ aprofunda e traz novas questões acerca da brasilidade, representatividade e autoestima através das pesquisas do Super Nagô, um youtuber de 10 anos que percorre sua jornada usando conhecimentos de seus antepassados e da natureza para transmitir uma mensagem de amor, tolerância e empatia entre as pessoas.
“Desde criança eu sentia falta de personagens que parecessem comigo. Na infância, é comum brincar de ser super-herói e heroína e, na TV da época, o que eu encontrava eram heróis que não tinham características físicas como as minhas, nem com a população brasileira”, relembra Junior que, para dar vida à Super Nagô, se inspirou nas brincadeiras com suas sobrinhas, no trabalho anterior e na sua experiência na internet com o público infanto-juvenil.
“Fui anotando tudo num caderninho como parte da minha pesquisa, cujo intuito é quebrar padrões, instigando a observação de pequenas ações que nos fazem pessoas melhores. Mais que esperar por um herói como os das mitologias, destaco que todos temos poderes – e que isso nos faz heróis e heroínas. Como na prática de pequenas ações do dia-a-dia, por exemplo, quando fazemos um bom uso do poder interno que possuímos e transformamos o dia de alguém”, reflete o artista potiguar, que empresta seu sotaque ao personagem.
A cada episódio, o personagem apresentará quadros lúdicos com a participação de convidados-heróis do dia-a-dia, como Eduarda e Helena, as Pretinhas Leitoras, o cantor Flavio Renegado e o ex-gari, influencer e rapper Jota Jr. Com conteúdo educativo, a websérie traz contação de histórias, artesanato, dicas de leituras, músicas e filmes. Brincadeiras típicas do continente africano, como a Matacuzana, Saltando Feijão e Terra Mar, reforçam o perfil cultural do projeto.
“Este trabalho é uma construção baseada numa verdade que busquei inicialmente em mim e em muita pesquisa. Por mais empoderadas e atentas às suas qualidades, é importante reforçarmos os referenciais das crianças para que, consistentemente, possam identificar a beleza e o orgulho na negritude. É o encontro entre heróis da vida real e da ficção, como Super Choque, Pantera Negra e os de livros de histórias como as de Zumbi e Dandara. E a internet nos propicia acessar lugares onde não existem teatros, e ainda proporciona que um professor acesse e leve este conteúdo às suas aulas, por exemplo. Estar à frente deste projeto, formado por uma equipe que compreendeu e abraçou esta minha obra, é uma responsabilidade muito gostosa. Estou me sentindo muito feliz e realizado”, encerra Junior.