Três amigos de infância que, após um período sendo engolidos pela rotina da vida adulta e todas as obrigações que ela impõe, retornam para o seu verdadeiro lar e sua grande paixão: a música. Parece enredo de filme, mas isso aconteceu de fato. E é essa história que a Banda Graveto conta entre riffs de guitarra e acordes que flertam com o reggae, o folk e a MPB.
O despertar da musicalidade
Felipe Lima e os irmãos Vinicius Vaz e Ricardo Araújo são amigos desde pequenos. Mas foi na adolescência, na época dos surgimentos das bandas de rock e hardcore, que eles se uniram por uma grande paixão: a música. Foi um período marcado pelos intervalos na escola embalados pelos sons do violão, criação de canções e, depois, as festas na faculdade.
Até que veio a vida adulta. Cada um seguiu uma profissão (Felipe é formado em Rádio e TV, Vinicius é designer e Ricardo é professor de história), encontraram trabalhos distintos e permaneceram, durante um bom tempo, imersos na rotina, repleta de responsabilidades, metas para cumprir, pontos para bater, reuniões para comparecer…
Mas a amizade não mudou: ela sempre esteve presente, assim como a música, nas viagens e nos encontros. A música é, acima de tudo, o elo que os une e a forma que eles têm de se conectar com o mundo ao redor. E essa paixão foi falando cada vez mais alto.
A mudança
Até que, em meados de 2016, frustrados em relação às suas profissões e toda carga que o mercado de trabalho exige, os três sentiram a necessidade de voltar à essência do que sempre os uniu e pautou as suas vidas desde sempre: fazer música. Mas diferente dos adolescentes que se reuniam nos intervalos da escola, dessa vez eles foram além: decidiram transformar a paixão pela música em algo profissional. “Sentíamos uma saudade muito grande de tocar juntos. Afinal, a música é o elo dessa amizade. Foi assim que decidimos nos organizar para pensar em como seria a nossa banda”, afirma Felipe.
Foi estudando, observando o mercado nacional de música e pesquisando sobre os artistas que admiram que os rapazes foram se estruturando como uma banda mais profissional. Eles partiram de uma visão mais empreendedora e racional até para escolher o estilo de música que eles fariam. Felipe conta que eles sempre foram muito ecléticos. “Mas tivemos que fazer um recorte de coisas que gostamos de ouvir juntos e coisas que gostamos de tocar juntos, para assim termos um norte”, ele afirma. O resultado disso foi um pop alternativo que recebe influencia de outros estilos, mas sempre tentando imprimir a essência do grupo.
Foi nesse período de muita pesquisa e composição que nasceu o nome da banda. Segundo Felipe, eles queriam um nome que fosse de fácil memorização e que remetesse à madeira, pois toda a música e as ideias que tinham partiam do violão à mão. “Graveto é a parte mais rústica da madeira, remete às madeiras dos violões e grande parte dos instrumentos são feitos de madeira”, diz ele.
O trio trabalhou duro para fazer o Graveto acontecer. Passavam as madrugadas juntos, depois do trabalho, produzindo música com os recursos que tinham na época. Foi buscando inspiração no mundo lá fora que, dentro de um quarto, saíram as primeiras canções. Apesar do monstro do trabalho formal (ilustrado na capa do primeiro álbum “Todo Aqui”) assombrar e colocar dúvidas sobre os sonhos, o apoio e a amizade dos três era o que os mantinham fortes para seguir em frente.
“O álbum que vamos lançar na sexta-feira (16), é um conjunto de tudo o que experenciamos até aqui. Os nossos gostos, as nossas referências e a nossa vivência estão estampadas no nosso primeiro álbum”, afirma Felipe. Um dos destaques do álbum é a música “Processo Seletivo”, feita em parceria com rapper Rashid e conta também com a participação mais que especial do incrível humorista Pedro Ottoni, que é conhecido como ATORmentado.
Segundo Felipe, ela é uma música autobiográfica, pois fala o que eles passaram, o conflito sobre persistir no sonho de viver da música ou continuar trabalhando em empregos formais que não trazia a realização de fato. “Assim como nós, muitos brasileiros passam por essa situação. É uma música que conversa com a realidade de muitos. Acho que as pessoas, quando ouvirem, vão se identificar”, diz ele.
A nova fase
No começo do ano, às vésperas da quarentena devido à pandemia, a banda assinou o contrato com a gravadora Sony e, até então, tem se organizado para o lançamento do álbum “Todo Aqui”, produzindo clipes, fortalecendo as redes sociais e se aproximando do público.
Para Felipe, esse álbum marca o final de um ciclo e início de outro. “Ao olhar pra ele, temos muito orgulho porque ele representa tudo o que vivemos até aqui, todos os paradigmas que quebramos, contrariando as estatísticas. É um álbum marcado pela ousadia porque ali representa muito a gente”, afirma ele.
Assim como a madeira rústica se transformando em um violão que ecoa melodias perfeitas, os rapazes do Graveto se aperfeiçoaram musicalmente, tornando-se mais conscientes artisticamente e sabendo o que querem e aonde querem chegar. Mas, o que conta para eles mesmo, é levar a es.sência dessa amizade para as pessoas. “O Graveto é um produto da nossa amizade. Somos muito privilegiados por fazer coisas juntos, criar boas histórias e trabalhar juntos com pessoas que amamos”, conclui Felipe.
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