Emicida participou na noite de ontem (14), do Domingão do Faustão. Em conversa por vídeo chamada com Faustão, ele fez um discurso sobre o Brasil e não foi interrompido pelo apresentador em nenhum momento. De acordo com ele, a quarentena deixa a desigualdade social em evidência.
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“As mudanças que a gente precisa não estão necessariamente ligadas ao corona. A pandemia não é uma escolinha onde a gente está aprendendo como é importante a gente se entender como humano e ajudar todos os outros. A gente está vivendo um paradoxo triste. Por um lado, a gente enfrenta um vírus que se espalha muito rápido, mas que não tem uma letalidade tão grande, agora, o que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existe. Todas as pessoas estão sujeitas a se contaminar com o Covid-19, mas nem todas as pessoas podem se tratar após se contaminar”, disse Emicida.
“Essa tragédia que aconteceu com o George Floyd ela está fazendo o mundo inteiro fazer uma reflexão a respeito de como estruturalmente muitas pessoas, mesmo que não percebam, corroboram com essa estrutura racista”, ele disse sobre os protestos em prol do caso de George Floyd.
“Porque ela não consegue reconhecer nem a humanidade daquela criança e nem a necessidade de cuidado. Ela acha que esse cuidado deve ter com pessoas que se pareçam com ela, esse é o grau de profundidade dessa questão. A nossa realidade, embora a discussão dos Estados Unidos seja válida participar, entender e se solidarizar, acho que a gente tem situações tão ou mais desesperadoras no território brasileiro que precisam fazer com que a gente se levante contra isso”, ele falou sobre o caso da morte de Miguel, que caiu do 9º andar de um prédio em Recife.