Em 2015, na Geórgia (EUA), Kayla Rae Norton e Jose Ismael Torres cometeram crime de racismo contra uma criança de apenas oito anos. O casal invadiu a festa de aniversário do menino com bandeiras dos Estados Confederados, utilizadas pelo sul do país furante a Guerra Civil dos Estados Unidos, como forma de impedir a abolição da escravatura a partir de sua independência.
Além do racismo simbólico presente nas bandeiras, a dupla apontou ainda espingarda contra os presentes e bradou ofensas racistas durante a comemoração. A transgressão, caracterizada pelo juiz do caso como ‘crime de ódio’, rendeu 13 anos de prisão para Norton e 6 para Torres. Ao todo, o casal recebeu punição de 19 anos de prisão pelo crime.
Kayla e Jose não agiram sozinhos: estavam com, pelo menos, outras doze pessoas. Segundo a polícia, eles faziam parte de um grupo chamado “Respect the Flag”, formado por supremacistas brancos que se envolvem em ataques a negros e apoiam a Ku Klux Klan, que também prega a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração, dentre outras ações extremistas.
Hyesha Bryant, uma das convidadas da festa, declarou que o ato dos transgressores afetou sua vida e a de seus filhos. Toda fala ou atitude racista produz e estimula a condição da população negra na sociedade, como maior parcela em cárcere, em desemprego, em mortes, e como menor parcela em universidades e em altos cargos. Por isso, a punição severa para o preconceito racial é o mínimo de reparação sobre os reflexos históricos que os anos de escravidão causaram.