Primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel protagonizado por um elenco majoritariamente negro, Pantera Negra chega às telas daqui alguns meses. E para quem espera representatividade nas salas de cinema, mesmo a espera do filme protagonizado por Chadwick Boseman, com estreia prevista para 15 de fevereiro de 2018, é um alívio. Afinal, não é todo dia que se assiste a uma cena cujo diálogo é entonado na língua sul-africana Xhosa. Pois é, o diretor da produção, Ryan Coogler, adiantou que essa é uma cena que o emociona: em um flashback, T’Challa e T’Chaka – seu pai, representado por John Kani – conversam num idioma que reflete toda ancestralidade do povo negro.
“Perceber que teremos esse filme em que um pai e um filho conversam em uma língua nativa africana em um filme de super-heróis — isso me impactou por um momento”, relatou o diretor também negro durante o Vulture Festival LA. “Foi emocionalmente muito tocante. Um grande momento”, completou. Coogler, que dirige um elenco formado por Michael B. Jordan (Creed), Lupita Nyong’o, Danai Gurira (The Walking Dead), Forest Whitaker, Daniel Kaluuya (Corra!) e Sterling K. Brown(This Is Us), admitiu que, no início, trabalhar essa história foi um desafio.
“Ele é muito diferente daquilo com o que estou acostumado. Mas durante o processo das filmagens, trabalhando com Chad e tentando encontrar a identidade, estou incrivelmente apegado ao personagem agora”, afirmou sobre T’Challa, personagem apresentado oficialmente em “Capitão América: Guerra Civil”, lançado em 2016, quando o protagonista já perde o pai e assume as responsabilidades enquanto Rei de Wakanda.
Agora, portanto, Pantera Negra vive um momento de mudanças: “Ele perdeu o pai, a pessoa mais importante de sua vida. Ele está herdando essa responsabilidade, em um momento em que Wakanda também está lidando com uma questão de identidade e pessoas com diferentes ideias. Há um conflito interno grande mas ele está ciente das suas responsabilidades.”