Conversa reunirá advogada, psicóloga, assistente social, vítima de tentativa de feminicídio e Instituição que acolhe mulheres
A pandemia do coronavírus, evidenciou e reforçou um grave problema que assola os lares brasileiros: a violência contra mulher. Só no primeiro semestre de 2020, foram 648 casos de feminicídio, sendo 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com isso, a produção audiovisual do filme “Um Minuto de Silêncio”, previsto para ser lançado em novembro, e que traz como protagonista uma mulher negra vítima de violência doméstica em uma relação interracial, se uniu à startup Âmago para promover ações de combate e denúncias. Nesta segunda-feira, a partir das 12h, reunirão em uma live no Youtube profissionais com trabalhos na área da Violência Doméstica, assim como uma vítima de tentativa de feminicídio. Estarão presentes Flavia Fernanda, psicóloga clínica; Zaira Castro, advogada; Érika Bargo, vítima de tentativa de feminicídio; Anailton Anjos, assistente social; e Regina Santos, presidente do coletivo Mulheres do Brasil.
Outra parte da ação, se trata de um financiamento coletivo para a aquisição gratuita de ‘botões de pânico’ que podem ser acoplados em smartphones. A iniciativa permitirá com que mulheres de todo país possam ter acesso ao dispositivo, sendo uma alternativa de pedir socorro em situações emergenciais. O botão é externo e portátil, e funciona a partir de um aplicativo de celular, sendo uma forma discreta e segura para que as vítimas possa pedir ajuda. Basta esconder o botão (que tem o tamanho aproximado de uma moeda de R$ 1,00) em sua roupa ou bolsa, e ao se sentir em risco ou ameaçada, pressionar o botão sem que o agressor saiba que ela está fazendo um pedido de socorro. Imediatamente os cinco contatos pré-cadastrados receberão uma mensagem avisando que ela está em risco e receberão a sua geolocalização. Desta forma ela poderá ser salva por sua rede de apoio, a partir do acionamento das autoridades locais.
Em vídeo produzido pela produção do longa em parceria com a Âmago, mulheres vítimas de violência e que se tornaram embaixadoras da Âmago dividem suas narrativas e a importância do botão de pânico para prevenção de novas vítimas https://www.instagram.com/tv/CLzwd8_Bicq/?igshid=1mluhqn54622k. “Existe uma grande importância do botão de pânico na vida das mulheres. Costumo falar que o botão de pânico da Âmago é vida, pois ele permite a vida. Se eu tivesse o botão quando passei por essa tentativa de feminicídio, muita coisa poderia ser diferente hoje na minha vida. Talvez eu não tivesse sido queimada, não tivesse com uma deficiência física, então acredito que ele permite com que muitas mulheres não precisem viver com esse tipo de cicatriz da vida”, comenta Érika Bargo, vítima de tentativa de feminicídio por combustão alcóolica.
A meta da campanha é direcionar 40% da verba arrecadada para a compra dos botões de pânico, e os outros 60% para custeio das despesas produção do filme, como gravação, equipamentos, alimentação, transporte, hospedagem, entre outros. Dentre as faixas de doações, a maior delas no valor de R$ 5 mil também terá um direcionamento especial visando 20% do valor para a criação de um projeto de apoio à violência contra meninas periféricas. As doações podem ser feitas por meio do site Benfeitoria https://benfeitoria.com/coletivonegroFilmeumminutodesilncio.
SERVIÇO
Live sobre Violência Doméstica
• Dia e horário: 8 de março, das 12h às 13h
• Plataforma: Youtube
• Canal: https://youtube.com/user/bolivaryes
• Convidados: Flavia Fernanda (psicóloga clínica), Zaira Castro (advogada), Érika Bargo (vítima de tentativa de feminicídio), Anailton Anjos (assistente social) e Regina Santos (presidente do coletivo Mulheres do Brasil)
Sobre Um Minuto de Silêncio
Com lançamento previsto para o dia 25 de novembro, Dia Internacional do Combate à Violência Contra Mulher, o longa-metragem ‘Um Minuto de Silêncio’, retrata a violência doméstica no Brasil. Protagonizado por uma mulher negra em relacionamento interracial, o filme aborda um tema que se tornou cada vez mais presente nos noticiários globais durante a pandemia. O filme é produzido pela Eva Filmes, produtora equatoriana dirigida pelo cineasta Jarsom Wayans. O drama tem a personagem Cláudia como protagonista, interpretada pela atriz Luzia Rosa. Claudia é uma mulher negra paulistana que iniciou um relacionamento interracial com o homem que estava apaixonada, entretanto, após concretizar o casamento, passa a sofrer abusos e assédios por parte do esposo. Dentre os principais objetivos da produção audiovisual é fomentar a discussão em torno da violência que atinge principalmente as mulheres negras no Brasil. E abrir um canal de apoio para que mais mulheres denunciem as violências e assédios sofridos. A produção é de EVA Filmes, dirigida pelo cineasta Jarsom Wayans.
Instagram
Sobre Âmago
Lançado em abril de 2020, Âmago é startup criada por empreendedores paranaenses, os mesmos fundadores da empresa Babbage Aplicativos e Sistemas. Trata-se de uma alternativa para o auxílio à vítimas de violência doméstica. Trata-se de um botão externo e portátil, que funciona a partir de um aplicativo de celular, sendo uma forma discreta e segura para que as vítimas possa pedir ajuda. Basta esconder o botão (que tem o tamanho aproximado de uma moeda de R$ 1,00) em sua roupa ou bolsa, e ao se sentir em risco ou ameaçada, pressionar o botão sem que o agressor saiba que ela está fazendo um pedido de socorro. Imediatamente os cinco contatos pré-cadastrados receberão uma mensagem avisando que ela está em risco e receberão a sua geolocalização. Desta forma ela poderá ser salva por sua rede de apoio, a partir do acionamento das autoridades locais.
Site
Sobre Flavia Fernanda Silva dos Santos
Psicóloga Clínica – CRP 03/15701. Pós Graduada em Saúde Coletiva pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), experiência clínica no campo da infância, raça e gênero. Atuação no Projeto Escuta Ética – escuta clínica a mulheres em situação de violência.
Sobre Zaira Castro
Zaira Castro (@zairacastroadv) é bacharela em direito, Advogada. Especialista em direito público. Conhecida publicamente como Jurista Negra pela atuação em causas antirracistas e combate à violência doméstica. Mediadora de Aprendizagem. Atua no enfrentamento da violência contra mulher e combate ao racismo. Parceira do Abayomi Juristas Negras @abayomijuristasnegras Ministra palestras na área de direito, empoderamento feminino e violência contra mulher. Entre suas experiências coordenou a Pós-Graduação do Master Social Administration (MSA) especialização em Gestão do Desenvolvimento Territorial. E para além da jurisconsulta, modelo fotográfico, pratica Kemetic yoga e foi rainha do bloco afro Malê Debalê @maledebaleoficial que recebeu do jornal americano The New York Times o título de “O maior balé afro do mundo”.
Sobre Érika Bargo
Érika Bargo (@erikabargo87) tem 34 anos e há quatro anos foi vítima de uma tentativa de feminicídio por combustão alcoólica. Teve 45% do corpo queimado e ficou por quatro meses na UTI, tendo passado por 34 cirurgias. Atualmente, utiliza suas redes sociais para ajudar a evitar com que outras mulheres não passem pela mesma situação que passou. Seu propósito é utilizar sua história e vivência para levar alegria e força à outras mulheres, as incentivando a trabalhar o amor próprio, reconhecerem e denunciarem os relacionamentos abusivos.
Sobre Anailton Anjos
Assistente Social e Pedagogo. Pós-graduado em Psicanálise Clínica no CEAPP. Pós-graduando em Gestão de Pessoas e em Língua de Sinais. Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social. Docente de Ensino Superior. Preceptor de Estágio no Balcão da Justiça e na Vara da Violência Contra a Mulher. Perito Social. Consultor Pessoal e de carreira profissional, Analista Comportamental e Palestrante nas áreas: Motivacional, Questões Étnico Racial, Gênero, Educação entre outras.
Sobre Regina Santos da Silva
É presidente do coletivo Mulheres do Brasil que ajuda mulheres vítimas de Violência Doméstica. O coletivo atua em Santa Catarina desde de Joinville até Florianópolis. Cansada da ineficácia das políticas públicas resolveu se juntar com outras mulheres para que as vítimas de Violência Doméstica pudessem ter acesso a um atendimento digno e humanizado. Assim, abriu a Casa de Acolhida Gabi e Casa de Referência da Mulher CMBA onde atende as vítimas dando suporte técnico e estrutural. Esses atendimentos são totalmente gratuitos para mulheres e suas crianças. Assim sendo todas as vítimas têm direito à atendimentos psicológico, jurídico e terapêutico.