O MET Gala, um dos eventos mais glamourosos do mundo da moda, aconteceu nesta segunda-feira (1), no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Neste ano, o baile beneficente homenageou o designer de moda alemão Karl Lagerfeld, com o tema “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty“. A escolha, no entanto, foi controversa para parte do público, já que ao longo da vida o diretor criativo se envolveu em polêmicas e fez discursos gordofóbicos, xenofóbicos, homofóbicos e contra as mulheres.
Os preconceitos
Em 2012, o designer chamou a cantora Adele de “gorda demais”, em entrevista para o jornal francês Metro. “Um pouco gorda demais, mas tem um rosto bonito e uma voz divina”, disse. Já para a Focus, ele afirmou que era contra “modelos gordas” e criticou aqueles que defendiam a moda plus size: “Ninguém quer ver mulheres gordas nas passarelas. As mães gordas sentadas com seus sacos de batatas fritas ficam em frente à TV dizendo que as modelos são feias”.
Como um possivel shade para Karl Lagerfeld e a declaração sobre modelos plus size, a cantora Lizzo publicou uma foto pronta para o baile, em uma cozinha, comendo batata frita.
Karl também era contra o casamento gay e, segundo ele, homens do mesmo sexo não deveriam ser aptos a adotarem filhos. “Sou contra por um motivo muito simples: nos anos 1960, todos falavam que tínhamos o direito à diferença. Agora, de repente, querem uma vida burguesa”, disse ele para a revista Vice. “Para mim é difícil imaginar um dos pais no trabalho e o outro em casa com o bebê. Como isso seria para o bebê? Eu vejo mais lésbicas casadas com filhos. E também acredito mais na relação entre uma criança com uma mãe do que com um pai”, completou.
Em 2017, ele criticou a Chanceler alemã Angela Merkel por abrir as fronteiras do país aos refugiados e elogiou o Holocausto: “Não se pode – mesmo que haja décadas entre eles – matar milhões de judeus para trazer milhões de seus piores inimigos em seu lugar. Conheço alguém na Alemanha que hospedou um jovem sírio e depois de quatro dias disse: ‘O melhor que a Alemanha inventou foi o Holocausto’.”
Por fim, Lagerfeld criticou o movimento “Me Too”, que luta contra o assédio e a agressão sexual. “Eu li que agora você tem que perguntar às modelos se estão confortáveis em posar. É simplesmente demais, de agora em diante, como um designer, você não pode fazer nada”, disparou.
De acordo com ele, as mulheres não deveriam ser modelos se não “quisessem” ser assediadas: “Se você não quer que suas calças sejam puxadas, não se torne uma modelo! Entre para um convento, sempre terá lugar para você lá. Eles estão até recrutando!”, afirmou em 2018. Karl também enviou flores para um estuprador condenado e defendeu um estilista acusada de agressão sexual.
Fã do clássico preto e branco, Karl Lagerfeld odiava os tons de rosa: “Pense em rosa. Mas não o use”, dizia o estilista. Com isso, nomes como Viola Davis, Naomi Campbell, Sydney Sweeney, Gwendoline Christie, Quannah Chasinghorse, Ashley Graham, Quinta Brunson, Harvey Guillén e Chloe Fineman, usaram looks cor-de-rosa, o que fez com que muitos encarassem o ato como um protesto ou indireta para o homenageado, que faleceu em 2019, aos 85 anos.
