Em cartaz no Sesc Copacabana até 7 de maio, o espetáculo ‘Traga-me a cabeça de Lima Barreto’ é um monólogo teatral com interpretação de Hilton Cobra. Após a morte de Lima Barreto, eugenistas exigiram a exumação de seu cadáver a fim de compreenderem como um “cérebro inferior” seria capaz de produzir tantas obras literárias, considerando que, na época, a boa escrita era privilégio das raças brancas, tidas como superiores. Com direção de Fernanda Júlia (do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas – NATA) e dramaturgia do diretor teatral, dramaturgo, jornalista e professor de teatro Luiz Marfuz, a obra tem sua aproximação entre a militância do protagonista do espetáculo e a militância de Lima Barreto, que descrevia inclusive sua obra dentro do espectro das reivindicações.
A produção literária de Lima Barreto investigava as desigualdades sociais, com ênfase nas hipocrisias, de maneira militante. “Hoje discutir racismo através de um autor como Lima no teatro, é dar uma contribuição extraordinária para esse tema. Também é um carinho que queremos fazer com Lima Barreto – um autor tão pisoteado, tão injustiçado, que pensou tão bem esse Brasil, abriu na literatura brasileira “a sua pátria estética” (os pisoteados, ou loucos, os privados de liberdade – esses são os personagens de Lima Barreto), declara Hilton Cobra sobre a inclinação às lutas que têm em comum com o autor.
Inspirada livremente na obra de Lima Barreto (13/5/1881 * 1/11/22), especialmente em Diário Íntimo e Cemitério dos vivos, ‘Traga-me a cabeça de Lima Barreto’ conta ainda com as vozes de Lázaro Ramos, Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade na leitura off dos textos de apoio às cenas. Contemplado com o PRÊMIO FUNARTE DE TEATRO MYRIAM MUNIZ em 2015, o projeto de montagem teatral do espetáculo celebra 135 anos do nascimento de Lima Barreto, os 15 anos da Cia dos Comuns e os 40 anos de carreira artística de seu diretor, Hilton Cobra.
Serviço: Traga-me a cabeça de Lima Barreto
Monólogo teatral que celebra a genialidade de Lima Barreto, refletindo sobre loucura, racismo e eugenia.
Temporada: até 7 de maio – Sexta a domingo. Horários: Sexta/Sábado: 19h. Domingo: 18h
Local: Sala Multiuso do Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana. Tel: 2547 0156)
Ingressos: R$ 25,00 | R$ 12,00 estudantes e idosos | R$6,00 associados Sesc. Lugares: 80
Bilheteria – Horário de funcionamento: Segundas – de 8h às 17h | Terça a sexta – de 8h às 21h | Sábados – de 13h às 21h |Domingos – de 13h às 20h
Classificação etária: 14 anos | Duração: 60 minutos
Ficha Técnica:
Hilton Cobra – Ator | Luiz Marfuz – Dramaturgia | Fernanda Júlia – Direção | Cenário: Márcio Meireles | Desenho de Luz: Jorginho de Carvalho | Figurino: Biza Vianna | Direção de Movimentos: Zebrinha | Direção Musical: Jarbas Bittencourt | Direção de Produção: Tania Rocha | Produção executiva: Afonnso Drumond | Design gráfico: Bob Siqueira e Gá
Participações especiais (voz em off): Lázaro Ramos, Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Rui Manthur e Stephane Bourgade