Nos espaços de visibilidade, negros e negras costumam ser preteridos. Sendo assim, na televisão não é diferente: dos telejornais às telenovelas, a participação da parcela que representa mais da metade do Brasil é bastante tímida. Na publicidade, por sua vez, isso se apresenta de forma ainda mais agressiva, quando a venda de um produto requer a análise do perfil do seu consumidor. E, num país onde negros e negras pouco ocupam grandes cargos e pouco apresentam chances de ascensão social, é claro que brancos são os compradores dos produtos cujos comerciais são veiculados nas mais influentes emissoras.
Pensando nisso, AddBlack analisa tons de pele e cabelo dos participantes de comerciais para medir a participação de negros na publicidade. Quanto mais claras forem as cores da pessoa, mais próxima do branco total ela estará na régua que utilizam. No mesmo sentido, quanto mais escuro o tom de pele, mais próximas do preto ela estará. Veja:
A iniciativa, que partiu de uma ideia durante as aulas da professora da Cuca Lara Rocatti, também diretora de arte da F/Nazca Saatchi & Saatchi, tem o objetivo de evidenciar o quanto o racismo é velado na publicidade e propaganda, gerando debates sobre os comerciais que não incluem negros e negras e que, quando incluem, fazem uso dos estereótipos. AddBlack tem a proposta de reunir os comerciais para reinterpretá-los sob a perspectiva da crítica sobre democracia racial nos espaços de visibilidade.
Pedro Ferreira, Bruno Luiz, Matheus Miguel e Caio Rodrigues, do curso de Criação Publicitária da Cuca Escola de Criativos, assinam o projeto AddBlack.
Conheça o projeto em https://www.addblackbr.com/.