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terça-feira, 03 outubro 2023
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Que tal conhecer algumas produções africanas?

O cinema é arte, entretenimento e conhecimento. E para o continente africano, produzir filmes e séries foi um processo de resistência

Segundo o dicionário popular, África significa “ato de grande coragem ou de habilidade; proeza, façanha”. Sendo a terra mãe, a história do continente é extensa e complexa e não pode ser reduzida a estereótipos. Na era colonial, o cinema africano era representado pelo Ocidente, fazendo que a visão sobre o continente fosse totalmente deturbada. Um dos exemplos é a história de Tarzan que, mesmo sendo um sucesso infantil, tem milhares de problemáticas e algumas adaptações de Rider Haggard para uma novela chamada As Minas do Rei Salomão.

Muitos escritores e cineastas africanos repudiam o uso desses estereótipos para falar sobre a arte local. Antes de mais nada é uma representação superficial, feita por brancos e pensada para agradar uma parte da população. Em colônias francesas a produção cinematográfica era estritamente proibida. No ano de 1955 foi lançado um filme francês sobre o tema, L’Afrique sur Seine. Um curta-metragem desenvolvido por jovens estudantes africanos do IDHEC sob a direção de Paulin Soumanou Vieyra.

Alguns filmes anti-coloniais foram produzidos antes da independência, porém a maioria era censurado. Afrique 50 de René Vauthier, sobre revoltas na Costa do Marfim e em Burkina Faso, são alguns exemplos. “A Negra de…” produzida por Ousmane Sembène foi primeiro filme que retrata a identidade da África Subsaariana – também denominada de África Negra, é a porção do continente que está localizada ao sul do Deserto do Saara. Lançado em 1966, a produção africana faz parte da resistência. Na década de 1960 os movimentos a favor da independência estavam ganhando força, por isso algumas produções africanas começaram a aparecer. O filme em questão contava sobre o desespero de uma mulher africana ao trabalhar como doméstica na França.

Em 1969 o cinema africano conquistou o próprio fórum, o Festival do Cinema Africano – FESPACO, que acontece de dois em dois anos, alternando com o Festival de Cinema de Cartago, em Cartago, na Tunísia. De lá para cá muita coisa mudou, porém ainda não conhecemos o suficiente sobre a cultura e nem sobre as produções africanas.

‘Cine África – Em Casa’ promove sessões virtuais de filmes africanos

As produções africanas nos tempos atuais

Embora que alguns ainda insistam em classificar a África como uma coisa só e marginalizar a sua história, a arte é o melhor jeito de desmistificar os preconceitos. Hoje vamos falar um pouco sobre as produções áudio visuais que estão ganhando espaço nos serviços de streaming e outras que merecem a nossa atenção.

A Netflix é um dos maiores serviços de streaming do mundo e dos mais recomendados, além de investir em conteúdo originais, no seu catálogo temos filmes e séries produzidas no continente África. Aqui vai uma pequena lista, mas não esqueça de checar as produções independentes, que também estão fazendo muito sucesso.

Queen Sono

Queen Sono é a primeira série produzida inteiramente na África pelo serviço de streaming. Ambientada na África do Sul a trama gira entorno da espiã Queen Sono, que se vê envolvida em uma perigosa rede de negócios e política, enquanto tenta descobrir a verdade por trás da morte da mãe, que atuava na linha de frente da luta anti-Apartheid.

Sangue e Água

A produção africana chegou a pouco tempo na plataforma. Além de ser um drama adolescente cheio de reviravoltas, onde uma jovem da Cidade do Cabo conhece uma nadadora famosa durante uma festa e acredita que a atleta é a irmã que foi raptada logo após o nascimento.

Lionheart

A produção nigeriana narra a história de Adaeze, que após o pai adoecer, tem que dividir a direção dos negócios da família com o tio. Ela tem que provar o valor e a própria capacidade em um mundo predominantemente masculino e machista.

Cinquentonas

O filme nigeriano conta a história de quatro mulheres que estão prestes a completar 50 anos, idade que as faz repensar sobre a vida e os amores.

Atlantique

A produção do Senegal em parceria com a Bélgica e com a França abocanhou o prêmio Grand Prix do Festival de Cinema de Cannes. O drama romântico conta a história de amor de Ada, uma jovem que está prometida a casar com um homem rico, porém ela fica arrasada quando o amor da vida dela desaparece no oceano. Até que um milagre acontece.

Solteiramente

O filme sul africano conta a história de uma especialista em redes sociais que não consegue parar de pensar no ex. Com a ajuda da melhor amiga ela tenta sair para curtir a vida de solteira. A comedia romântica tem um tom leve e divertido

Santana

Para quem curte mais ação, o filme Santana é uma boa pedida, sendo o primeiro longa-metragem angolano a entrar no catálogo. Décadas depois do assassinato dos pais, um general e seu irmão comandante finalmente descobrem a identidade do criminoso.

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