Nas três décadas em que o departamento de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins – o primeiro centro de pesquisa dos EUA – aceitou moradores, nunca houve uma mulher negra ocupando as fileiras. Finalmente essa realidade mudou: Nancy Abu-Bonsrah é a primeira neurocirurgiã negra residente da universidade.
A instituição, localizada em Washington, realiza o segundo melhor programa de residência do país e aceita, no máximo, cinco candidatos à participação. Abu-Bonsrah viveu na Gana, país da África ocidental, até os 15 anos de idade onde, inclusive, foi atendida pelos médicos formados na Universidade Johns Hopkins.
Em entrevista a um site norte-americano, a neurocirurgiã afirmou o desejo de voltar à Gana ao longo de sua carreira para ajudar na construção de infra-estruturas cirúrgicas sustentáveis, em que a população possa ser atendida e cuidada. “Eu quero ser lembrada por servir a minha comunidade, seja por meio da prestação de cuidados cirúrgicos de qualidade ou ajudando a orientar a próxima geração de cirurgiões”, declarou a mulher negra que, além da carta de aceitação, recebeu ainda outra surpresa: seu marido, Kwabena Yamoah, também foi aceito em um programa de residência da mesma universidade.
É por histórias assim que a população negra permanece lutando, pela inserção de quem vem dos espaços marginalizados e que tem o desejo de melhorá-los, valorizando suas raízes. Que Nancy seja a primeira de muitas mulheres negras neurocirurgiãs residentes na universidade. Pela ocupação dos espaços!