Felicidade que não cabe no peito. E muita ansiedade também. Na pele do protagonista da sétima novela infantil do SBT, “A infância de Romeu e Julieta”, de Íris Abravanel, Miguel Angelo, de apenas 12 anos, mostra ao mundo que ele nasceu para a arte. Dirigida por Ricardo Mantoanelli e baseada na obra antológica e épica de William Shakespeare, a trama, que estreiou nesta segunda-feira (8) e marca o primeiro papel de destaque do ator mirim na televisão.
Dando vida à Romeu Monteiro, que é incentivado pelos pais desde pequeno a se tornar um jogador de tênis, no folhetim, ele é reconhecido pela educação, simplicidade e coragem de seguir os desejos do próprio coração. “Este personagem é um presente. Estou muito ansioso, um pouco nervoso, mas super animado com o desafio desta oportunidade que estou tendo de trazer à tona o meu talento na TV aberta pela primeira vez”, ressaltou o menino da periferia, que promete emocionar o público em cena.
Ao lado de Vittória Seixas, intérprete da mocinha Julieta, o ator, nascido na comunidade Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, ajudará a contar a história entrelaçada no amor e ódio entre as famílias tradicionais do bairro Castanheiras, Monteiro e Campos; divididas entre os lados Vila e Torre, respectivamente, que se deparam com uma possível harmonia, união e paz a partir da relação entre o casal. Bianca Rinaldi, João Baldasserini, Lu Grimaldi, Karin Hils, Fábio Ventura, Felipe Roque e Luiz Guilherme também integram o elenco.
Filho da aguerrida Vânia Regina, mãe-solo que sempre acreditou em sua vocação, ao dar os primeiros passos na carreira ao longo dos anos, Miguel contou ainda com o apoio dos tios Aline Regina, Gilmar Carlos e Júlio de Sá, núcleo familiar importante para que hoje, chegasse ao espaço o qual está prestes a ocupar, sendo motivo de orgulho. Em meio às leituras de textos, ensaios, estudos, trocas de figurinos e caracterizações, ele tem dividido a rotina entre as gravações da novela e a escola, onde atualmente cursa o sétimo ano do Ensino Fundamental.
Exemplo para outros jovens negros periféricos, o ator reforça a pluralidade e diversidade que existem no subúrbio carioca. “Acredito que tenho uma responsabilidade muito grande e, que esse momento, será de inspiração para muitos meninos como eu”, destacou ele, que já participou das peças teatrais “O Mágico de Oz” e “O amor como revolução”; da série “O caçador”; dos curtas-metragens “Vó, a senhora é lésbica?, “O óculos da vovó” e “Samba de Enredo”, além do longa-metragem “Barba, cabelo e bigode”, lançado no ano passado.
Na euforia quanto ao novo projeto, Miguel Angelo espera que o Romeu seja apenas o início de uma trilha de bons frutos não só na teledramaturgia, mas nas artes cênicas em geral. “Eu sempre usei a arte para me expressar. Era imitando os personagens da TV e os usando como uma brincadeira, que tudo isso foi se tornando algo divertido e sério ao mesmo tempo. Diante dessa oportunidade, espero que as portas se abram cada vez mais para outros desafios, mostrando a minha arte e realizando os meus sonhos”, enfatiza.