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terça-feira, 03 outubro 2023
HomeOpiniãoNão existe racismo, nós é que vemos demais

Não existe racismo, nós é que vemos demais

Uma vez ouvi um ditado que dizia “depois que inventaram desculpa, ninguém nunca mais apanhou”. Fiquei pensando naquilo e muito depois entendi exatamente o que aquele dito popular de fato poderia significar.

Essa história que apresentaremos abaixo é antiga, mas vale revisitar para não esquecermos como funciona o racismo pelo mundo. Junto com o racismo, vem as boas, ruins e velhas desculpas: “Eu fui mal interpretado”, “queria apenas fazer uma denúncia”, “está tudo muito chato hoje em dia”, além de outras muitas desculpas impossíveis de serem aceitas.

 

Por Yuri Yugo.

Em 18 Abril 2012 no Museu de Arte Moderna de Estocolmo, Lena Liljeroth na época ministra da cultura, cortava um bolo com desenho de uma mulher preta que por sinal era caricatura da Saartjie Baartman, uma mulher sul-africana em que o ocidente fez-lhe de escrava, prostituta e era extremamente discriminada em toda a sua dimensão, que mais tarde foi incorporada no filme “Vênus Negra”.

O bolo começou a a ser cortado a partir do baixo-ventre, mais conhecido como virilha. A imagem e o vídeo mostram que quando ela (Lena Liljeroth) cortava o órgão genital, o bolo “gritava” em função da “dor” e a ministra depois dava-lhe de comer o próprio órgão genital, simbolizado no bolo (como quem diz: come a sua própria merda).

A boca que comia o bolo por sinal era cabeça de um homem negro, um ator, pintado de preto. Como se a imagem não fosse ruim o suficiente, todos na sala ovacionaram e gargalharam perante este episódio.

A participação de Lena, mostrou-se racista e insultou quem sofre com o racismo, além de agredir as vítimas de mutilação genital
Kitimbwa Sabuni, um porta-voz da comunidade negra daquele país, disse que isso contribui para o aumento do racismo na Suécia e foi classificado como um “espetáculo” racista pela associação nacional afro-sueca.
Após as imagens e vídeo percorrerem o mundo ela disse:

“convidaram-me para cortar o bolo por que foi o dia mundial da arte e este meu gesto também é para lutar e acabar com racismo no meu país e no mundo”

Agora sim ficou claro. Realmente seu gesto contribuiu muito para acabar com o racismo no mundo. Tipo, acabem com os pretos, assim o racismo deixará de existir. Por que ninguém pensou nisso antes?

Pensaram, por isso existiu a escravidão.

Recentemente eu ouvi que, caso alguém fizesse uma pesquisa em que perguntassem se a escravidão deveria voltar ou não, mesmo nos dias de hoje o SIM ainda ganharia pelo ou menos 60% de votos, desde que esses fossem anônimos.

Começo a pensar que isso pode ser verdade!

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