Há pouco menos de um mês, uma experiência vivida por uma menina de 2 anos viralizou nas redes sociais. Sophia Benner, acompanhada dos pais, Brandi e Nick Benner, teria visitado uma loja de brinquedos para escolher uma boneca em resposta ao abandono das fraldas. Durante a decisão, no entanto, a menina branca optou por comprar uma boneca de cor diferente da sua e, quando questionada pela vendedora afirmando que o brinquedo não se parecia com ela e perguntando se a ideia era presentear alguém, Sophia respondeu “Sim, ela se parece comigo. Ela é uma médica, como eu sou uma médica. Eu sou uma menina bonita, e ela é uma menina bonita. Você vê o cabelo bonito dela? E o estetoscópio dela?”.
Felizmente, esse não é o único caso de uma criança branca que busca, na boneca negra, a companheira para as aventuras da infância. Dessa vez, a australiana Chloe, de apenas 4 anos, é a protagonista branca de uma história com final feliz. Em geral, existe um questionamento sobre a presença de bonecas negras na indústria dos brinquedos e como elas significam representatividade às crianças negras que conseguem se enxergar nos espaços. No entanto, crianças brancas também precisam reconhecer a presença de negros e, de forma lúdica em idade formativa, as bonecas têm grande influência sobre a construção da identidade.
Compartilhada no Snapchat de sua mãe, Rebekah-J Lorkvic, a atitude de Chloe é digna de reflexão: a menina pintou uma Barbie com tinta preta para que ela representasse uma boneca com a pele negra. Questionada pelos pais sobre a ação, a filha explicou que sonhava ter uma boneca negra e, portanto, transformou a sua. Que mais crianças, assim como Chloe e Sophia, aprendam desde pequenas que a igualdade racial é responsabilidade de todos, brancos e brancas, negros e negras. Acalenta o coração ver o futuro da humanidade se preocupando com a cor da pele de suas bonecas porque, amanhã, essas mesmas pessoas refletirão sobre a presença de negros nos espaços de poder e, no que depender delas, as portas serão abertas.