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terça-feira, 03 outubro 2023
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Marisol, a heroína afro-latina das histórias em quadrinhos

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

“Este livro em quadrinhos me deu o espaço para não só criar um personagem para uma comunidade sub-representada, mas também um ícone que serve para inspirar um povo.” É assim que, em entrevista ao NaturallyCurly, Edgardo Miranda-Rodriguez explica Marisol, uma super heroína afro-latina. Segundo o artista, os porto-riquenhos vivem um momento de tensão econômica provocada por dívidas governamentais que, para serem abatidas, devem ser contornadas a partir da diminuição do salário mínimo. Além disso, problemas ambientais também estão em pauta: cinzas tóxicas têm sido descartadas em locais de despejo na cidade de Peñuelas, gerando altos impactos na qualidade de vida e saúde.

Com base nessa triste realidade, Edgardo imaginou que a criação de um super herói patriótico pudesse aumentar a conscientização sobre o que tem afetado os porto-riquenhos, já que americanos sentem prazer em consumir cultura popular. Pensou melhor, decidiu criar uma heroína! Marisol é uma jovem estudante afro-latina, com força sobre-humana, poder de voar, autonomia sobre o tempo e manipulação de água. Os super poderes, baseados na mitologia Taíno – crença dos indígenas pré-colombianos que habitavam as Bahamas, as Grandes Antilhas e as Pequenas Antilhas do Norte, no Caribe – foram pensados para dar luz ao patrimônio da ilha.

“Sei que este projeto não é a solução para os problemas que afetam os porto-riquenhos, mas reconheço que há um poder em se ver numa história. Por tanto tempo temos sido invisíveis na mídia”, afirmou o criador da HQ, que está numa turnê nacional nos EUA – onde vive atualmente – apresentando e promovendo o lançamento do livro. De acordo com Edgardo, as mulheres costumam agradecê-lo pela personagem acessível, que mais se parece com suas mães, irmãs, tias, filhas e, é claro, com elas mesmas.

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

O poder da representação de Marisol vem não apenas enquanto mulher, mas também como quem reconhece a ancestralidade africana. “Nossa africanidade é muitas vezes esquecida ou pior, ridicularizada”, diz o designes que, exatamente por isso, busca a representação da diversidade de um grupo étnico composto por várias raças, conforme ele mesmo aborda. Com La Borinqueña, título da história que faz referência ao hino nacional de Porto Rico, o autor espera apenas contar a história de uma jovem comum que vive no Brooklyn, estuda ciência na universidade, anda de bicicleta e usa cabelo natural. “Ela abraça sua imagem e tira força dela.”

 

 

 

 

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