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Mandelar: Semana Nelson Mandela no SESC termina com celebração ao legado do líder

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Celebração do legado e a importância do “mandelar” na 3ª. Semana Nelson Mandela, no Sesc Vila Mariana

“Valores, Conexão e Propósito – A força do mandelar” foi o tema da 3ª. Semana Nelson Mandela, no dia 18 de julho, dia em que ele completaria 99 anos. Apesar do frio, centenas de pessoas compareceram ao auditório do Sesc Vila Mariana, para celebrar o legado do líder sul-africano e discutir o significado do verbo “mandelar”. A Semana Nelson Mandela é uma realizacão da Associação Palas Athena junto ao Sesc, em parceria com o Consulado Geral da África do Sul em São Paulo e em cooperação da UNESCO e da Mandela Foundation.

“Mandelar” é um convite para, no cotidiano de cada um de nós, implementar a busca de conexão e entendimento, aceitando a condição natural e desejável de diversidade de opiniões e olhares, preferências e visões de mundo. É a diversidade que garante a regeneração e a criatividade, a riqueza de possibilidades de experiências. Pautar nossa participação no coletivo através do respeito e da consideração, da preservação da dignidade de todos, é responsabilizar-se no convívio cidadão e democrático.

A força da reconciliação

Apresentado por Vanessa Trielli, o evento teve início com a fala de Mariangela Abbatepaulo, Gerente Geral do Sesc Vila Mariana, que ressaltou a importância de lembrar líderes como Nelson Mandela, e da parceria com a Associação Palas Athena em iniciativas como a Semana Gandhi (em outubro) e a Semana Martin Luther King (em abril).

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Foto: Alberto White

A abertura musical da noite coube ao músico Damião e à cantora Andreia Bal, que fizeram um pocket show com afro jazz, a sensível interpretação em Xhosa (língua materna de Mandela) e a canção Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque de Hollanda e a música Oke Aro de autoria de Damião.

Em seguida, o Sr. Malose Mogale, Cônsul Geral da África do Sul em São Paulo, falou sobre a importância de preservar o legado de Madiba – um dos nomes pelos quais o líder era chamado. Ele relembrou sua história, desde a participação na luta armada, a prisão, onde ficou por 27 anos e, após sair, não se viu tomado por nenhum sentimento de vingança ou retaliação, mas por um desejo de reconciliação nacional. Eleito presidente da República em 1994, Nelson Mandela levou a África do Sul do apartheid à democracia, apesar dos imensos obstáculos que enfrentou.

“O caminho da reconciliação foi difícil, mas os sul-africanos aprenderam o poder do perdão e do trabalho para construir o país”, afirmou o cônsul. “Ele nunca combateu racismo com racismo, mas deu reconhecimento prático em lugar das injustiças do passado”, enfatizou. Para o Sr. Mogale, o desafio agora é fazer prosperar o sonho que Mandela acalentava. “Precisamos ter a ousadia para acabar com o preconceito e o racismo, nos inspirando em sua vida, que foi marcada pelo altruísmo, sacrifício, honestidade e trabalho duro”. Ele encerrou o discurso enaltecendo o líder: “Viva o espírito de Madiba!”

 

Mesa temática

Após a fala do Cônsul da África do Sul, foram exibidos vídeos sobre o país, suas belezas naturais, seu povo, cultura e história. Em seguida, subiram ao palco do Sesc a jornalista e ativista Juliana Gonçalves e Marcos Lopes, escritor, professor e mediador de conflitos. Juliana lembrou a luta de mulheres negras contemporâneas de Nelson Mandela, como sua primeira mulher, Winnie Mandela. “É preciso restaurar nossa ancestralidade de luta”, declarou. Ela também destacou que Mandela era um líder reconhecido por todos, brancos e negros e fez um paralelo sobre o verbo mandelar e a prática do bem viver, ideologia das mulheres negras em marcha.

 

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Foto: Alberto White

Marcos Lopes, empreendedor social, líder do Projeto Sonhar, que trabalha com crianças e jovens da re
gião do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, disse que deseja que o Brasil tenha um dia um ícone como Mandela. Ele contou sua história, desde criança, marcada pelo abandono dos estudos e envolvimento com drogas, tráfico e violência, até ser “resgatado” pelos livros, a partir de sua entrada na ONG Casa do Zezinho. Ele voltou a estudar, se formou, escreveu um livro e motivou sua mãe a voltar aos estudos, além das crianças que ele ajudou a tirar do tráfico. “A escola faz pessoas melhores para o mundo”, afirmou.

Ele lembrou do legado de Nelson Mandela ao citar que são pequenas ações que fazem a diferença, como pregava Madiba. “Não importa quantos minutos você se dedica a ajudar alguém – toda ajuda conta”, concluiu.

 

Ritmo, dança e break

A noite se encerrou com a energia e o talento dos adolescentes da Rede Cultural Beija-Flor. Com muito ritmo nos tambores, violões e guitarras, eles trouxeram a alegria para a celebração de Nelson Mandela. Após uma apresentação de percussão e dança, foi a vez dos jovens dançarinos de break tomarem o palco do Sesc Vila Mariana, contagiando a plateia com seus passos, saltos e atitude.

A Semana Nelson Mandela acontece há três anos, sempre no mês de julho. A celebração de seus valores e sua trajetória tem como objetivo perpetuar a inspiração e força de sua vida exemplar para aprofundar a luta pela criação de uma sociedade internacional pacífica e solidária. E que o verbo “mandelar” seja a tônica desta sociedade.

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