No dia 8 de outubro (sábado), o Itaú Cultural disponibiliza em seu site e nas principais livrarias digitais a versão digital do livro ‘Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a Teatralidade Circense no Brasil’, da historiadora e professora Erminia Silva. A versão física foi lançada em segunda edição em fevereiro deste ano, fruto da parceria entre o Itaú Cultural e a editora Martins Fontes.
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A obra dá luz à história de Benjamim de Oliveira (1870-1954), artista múltiplo, palhaço, acrobata, instrumentista, compositor, ensaiador, dramaturgo, empresário e ator, que foi um dos principais nomes das artes cênicas no Brasil no início do século XXI.
Ele nasceu em Pará de Minas, interior de Minas Gerais. Filho de uma mulher escravizada com o capataz da fazenda, fugiu aos 12 anos com uma trupe de circo que passava pela sua cidade e o encantou. Estes foram os primeiros passos de um artista que se tornou uma figura essencial para o desenvolvimento e a modernização do circo brasileiro.
O livro, cuja primeira edição foi publicada em 2007, pela editora Altana, traz um amplo e bem documentado levantamento histórico sobre a vida de Benjamim. Artista múltiplo e um palhaço de pele negra que não aceitou o papel subalterno imposto pela cultura branca dominante da época, ele foi além, gravando discos e atuando em filmes. Foi, ainda, responsável pelo desenvolvimento desta arte no país, introduzindo novidades tecnológicas e ampliando a implementação do circo-teatro.
Erminia Silva é uma das mais importantes pesquisadoras sobre o circo no Brasil. Ela mostra na publicação como a figura ímpar do artista transitou pela rica história das famílias circenses, brasileiras e estrangeiras, que encantaram multidões. A autora também revela preciosidades sobre outros artistas da época igualmente formados na escola do circo, que transmitiram práticas e saberes seculares às novas gerações.
‘Não se pode estudar a história do teatro, da música, da indústria do disco, do cinema e das festas populares no Brasil sem considerar que o circo foi um dos importantes veículos de produção, divulgação e difusão dos mais variados empreendimentos culturais. Os circenses atuavam em um campo ousado de originalidade e experimentação. Divulgavam e mesclavam os vários ritmos musicais e os textos teatrais, estabelecendo um trânsito cultural contínuo das capitais para o interior e vice-versa’, observa Erminia. ‘É possível até mesmo afirmar que o espetáculo circense era a forma de expressão artística que maior público mobilizou durante todo o século XIX até meados do XX’, ressalta.
Com a proposta de dar luz à importância do legado deixado pelo artista para o circo e para linguagens como a música e o teatro, o Itaú Cultural realizou de novembro de 2021 a fevereiro de 2022, em seu prédio na Avenida Paulista, a Ocupação Benjamim de Oliveira. Em 8 de outubro deste ano entra em cartaz um recorte desta exposição no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, onde fica exposta até dezembro dentro da mostra O Circo Chegou!
Neste recorte, o público visitará parte da ambientação criada para a mostra em São Paulo, como bancos e lambe-lambes, reunindo cerca de 20 obras, entre fotos e vídeos. São registros fotográficos da vida pessoal do artista, como dele ao lado de sua mãe, Leandra Chaves, em seu casamento com Victória Maia de Oliveira, em 1896, ao lado do palhaço Polydoro e encenando Pery, em paródia de O Guarani 1 – ambas de 1902.
Virtualmente, o público é convidado a conferir um vasto material produzido pelo Itaú Cultural para a Ocupação Benjamim de Oliveira, disponível no hotsite dedicado à exposição, no site do Itaú Cultural.