O concorridíssimo concurso para diplomata do Itamaraty, promovido pelo Instituto Rio Branco que, na sua última edição, ofereceu somente 30 vagas para mais de seis mil inscritos, com uma média de 200 candidatos por vaga, eliminou 47 candidatos que se autodeclararam negros no programa de cotas para afrodescendentes, cota que corresponde a 6% do total de vagas.
A denúncia foi feita pela ONG Educafro, que pediu averiguação à Procuradoria Geral da República. Esta criou uma comissão julgadora para entrevistar pessoalmente cada um dos candidatos às cotas e, nesta ocasião, houve a desclassificação. Entretanto, um dos eliminados conseguiu, através de uma liminar, o direito de continuar no
processo – o estudante declarou-se pardo, o que comprovou por meio de laudos de vários dermatologistas.
É notória a confusão e subjetividade da classificação “pardo” nos processos seletivos das ações afirmativas. Estamos em um período de adequação deste formato, e “ficar de olho” faz parte deste processo.