Ex-Pantera Negra é libertado após 43 anos em solitária nos EUA
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Bryn Stole/Reuters
Albert Woodfox, o detento mantido mais tempo em uma solitária nos EUA –43 anos– foi libertado nesta sexta-feira (19), segundo confirmou o seu advogado de defesa. Woodfox, de 69 anos, era um dos Panteras Negras, grupo que militava por autodefesa dos negros contra o racismo e a violência policial, e tem o recorde de anos passados em isolamento em uma prisão americana.
Na solitária desde 1972, acusado de ter participado do assassinato de um guarda prisional, Woodfox era o único membro do grupo de três prisioneiros condenados pelo crime que ainda estava detido. O trio, conhecido como Os Três de Angola, contava ainda com Robert King, que, depois de 29 anos na solitária, foi liberado em 2001, e Herman Wallace, que morreu poucos dias depois de ser solto, em outubro de 2013, após mais de 41 anos de isolamento.
Woodfox estava preso na década de 1970 por assalto a mão armada quando o agente prisional foi morto durante uma rebelião. Ele foi responsabilizado pelo crime em 1972. Ele foi a julgamento novamente em 1998, quando a condenação por homicídio foi mantida.
Ele foi solto no dia em que completou 69 anos. “Depois de quatro décadas de isolamento, a soltura de Albert Woodfox está muito atrasada e é inegavelmente justa”, disse Jasmine Heiss, da Anistia Internacional. “Nada vai reparar verdadeiramente o confinamento solitário cruel, desumano e degradante ao qual o Estado da Louisiana o submeteu”, completou.
Woodfox ficou detido, na maior parte do tempo, na Penitenciária Estadual de Louisiana. Ele sempre se declarou inocente do assassinato, argumentando que ele e os outros dois homens foram acusados devido ao ativismo, na prisão, pelo Partido dos Panteras Negras –movimento em prol dos direitos dos negros que começou nos anos 1960, na Califórnia, e permaneceu ativo até 1982. (Com agências internacionais)