Desde 2014 o programa global, da tradicional marca de blended whisky, apoia jovens empreendedores. Em sua nova fase, totalmente redesenhada a partir da realidade brasileira, Chivas Venture se uniu à Taís Araújo, um exemplo em diversas áreas e no empreendedorismo. Ao longo de sua carreira, Taís recebeu o apoio de diversas mulheres e hoje passa adiante o que aprendeu.
Chivas Venture foca em uma questão que aflige, principalmente, a população feminina negra brasileira: a falta de oportunidades. Com menor entrada no mercado de trabalho tradicional, elas são as que mais investem na carreira e no próprio negócio e, ainda assim, muitas vezes sofrem com a falta de reconhecimento e apoio nessa jornada.
O programa oferece mentoria, acolhimento e investimento a três mulheres negras e empreendedoras. São elas: Regina Ferreira, modelo e Ceo da Hutu Casting, chegou em São Paulo há 10 anos, e neste período, seu trabalho como promotora e assistente de produção de eventos rendeu experiência profissional e contatos sólidos para a criação da Hutu. Regina apresenta a Hutu Casting como uma “empresa especializada em casting totalmente negro que tem como objetivo reintegrar e ressignificar o mercado para que sempre ocupemos todos os nossos espaços, em qualquer que seja a temática”.
Com a principal meta de vida de ser protagonista da sua própria história, Regina luta para ser referência, assim como sua mãe. “Minha referência principal sempre foi minha mãe, pela forma que ela me criou, pela história de vida dela e o apoio dela que foi o que me encorajou a sair de casa para buscar algo melhor para nós. Quando mais nova, as referências pretas na moda eram poucas como a Naomi Campbell, mas minha meta principal era ser protagonista da minha história, ser uma referência como minha mãe foi e é pra mim. Assim como as mulheres pretas a minha volta vem sendo minhas referências também”.
Profissional da beleza há mais de 15 anos, Diva Green é hairstylist, CEO da Ori Cabelos e especialista em produção de perucas e adornos. Seu trabalho, baseado em referências que mesclam o estilo das ruas paulistanas com referências dos povos originários provenientes do continente Africano como os Lubas, Ashantis, Wolof, Polar, Afares, Mumuilas e Fulas. Diva honra e da continuidade ao legado de todos os povos originários “trancar, adornar é continuidade, e é com imensa satisfação que eu trilho e proponho caminhos que fundamentam nossa existência”, explicou Diva Green.
No decorrer dos anos de trabalho como DJ profissional, Miria Alves observou a maioria masculina na cena e entendeu a necessidade de criar novas narrativas, foi quando nasceu o Todas Podem Mixar. Projeto que consiste em oficinas para mulheres onde são apresentadas as principais técnicas de mixagem que consolidam a iniciação na profissão DJ. Por meio da educação musical e através de aulas práticas e teóricas, as alunas aprendem desde a contagem da música à coordenação motora e musicalidade
Para Miria, o projeto traz o sentimento de pertencimento a uma grande comunidade: “quando comecei éramos poucas mulheres DJs no HIP HOP e depois de 12 anos ver tantas mulheres dominando a discotecagem e os bailes é como pertencer a uma grande comunidade”, contou Miria Alves.
Além da mentoria, Chivas forneceu também um plano de longo prazo, incluindo orientação e financiamento, para continuar apoiando essas mulheres em seus negócios. E mesmo com o plano a longo prazo, o projeto já pode dar frutos e auxiliou Regina a prosperar seu negócio em curto prazo “após o projeto pude aumentar o espaço para poder fazer fotos na própria agência e assim incluir mais um serviço prestado pela Hutu”, disse a empresária.
Já Miria Alves terminou o projeto e embarcou em turnê pelas periferias. A DJ já passou por Londrina, Espírito Santo e São Paulo nos bairros da Brasilândia, José Bonifácio, Itaquera e agora em setembro e outubro seguirá para a Zona Oeste, Zona Sul e Centro da cidade de São Paulo. Na agenda do Todas Podem Mixar 2022 também estão previstas as cidades de Sorocaba e Bauru.
Num mercado de trabalho excludente, enxergar e apoiar uma profissional negra, impulsiona outras profissionais a buscarem os mesmos espaços, pois quando uma mulher preta chega ao pódio, ela é capaz de mover positivamente toda a sociedade. “A partir disso desejo muito que outras empresas se inspirem e fomentem projetos antirracistas para que tenham uma verdadeira reparação histórica”, conclui Diva Green.
Beba com moderação. Não compartilhe com menores de 18 anos.