“Se eu não existir em sua consciência histórica ou não estiver presente nos livros e na mídia, então eu realmente existo?”. A indagação da artista Zahira Kelly frente à ausência da mulher negra nas obras e composições artísticas gerou mais que uma reflexão. A afro-dominicana passou tanto tempo sem se sentir representada que quase entendeu não existir.
Nesse contexto, ela finalmente “deu à luz” si mesma e seu trabalho, com uma série de ilustrações, pinturas e impressões digitais que capturam os padrões de objetificação, além do ostracismo e opressão a que as mulheres negras são diariamente submetidas e que, infelizmente, quase não percebem.
Nativa do Bronx, aos 34 anos, Kelly aprendeu a imprimir a realidade em sua arte e a apagar o histórico de dominação que privou as mulheres negras de todos os espaços, inclusive da leitura sensível e intensa que a arte faz. Hoje Zahira sente que existe e que dá o sentido da existência a outras mulheres através da representatividade artística, a partir de um feminismo preto efervescente.
Saiba que você também existe, mulher preta.