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terça-feira, 03 outubro 2023
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Candidato identifica racismo em prova de concurso público

No último domingo (14), a Prefeitura de Morrinhos, em Goiás, aplicou uma prova de concurso público para preenchimento de vagas na cidade que fica a 128 km de Goiânia. No entanto, uma das questões avaliativas gerou polêmica após Hélio de Araújo Júnior, de 42 anos, identificar racismo nas alternativas propostas. O candidato que concorria ao cargo de inspetor de postura do município levou o caso à Polícia Civil, que apura se houve crime de racismo.

Intitulado “Qual a origem do racismo?”, o texto apontado por Hélio fazia parte da prova de conhecimentos gerais, fazendo uso da reflexão da teologia sobre a condição da população negra. Nesse sentido, pedia que fosse assinalado o provérbio racista que representa a ideia preconceituosa da época oitocentista. O problema apontado pelo candidato, no entanto, está nas alternativas.

Foto: Reprodução/Mais Goiás
Foto: Reprodução/Mais Goiás

Embora proponha que seja assinalado o provérbio racista que representa a ideia preconceituosa, todas as alternativas aparentavam ser vexatórias. Segundo o G1, em contato com a comissão organizadora do concurso, a resposta correta era “negro só tem de gente os dentes”. No entanto, as alternativas “negro parado é suspeito, correndo é ladrão, voando é urubu”, “Negro quando não suja na entrada, suja na saída” e “Negro deitado é um porco, e de pé é um toco” também representam práticas racistas, talvez não conforme a linha teológica que o texto aborda.

A Prefeitura do município onde a prova foi aplicada não é responsável pela elaboração do conteúdo, portanto a empresa organizadora do concurso deve responder caso seja apontado, pela Justiça, uma prática racista. Ainda ao G1, o representante da empresa responsável pelo concurso, Apolônio Nunes de Oliveira, declarou que a intenção da pergunta era provocar discussão sobre o tema: “A ideia que a banca teve ao colocar esta questão foi de que isto chamava a discussão do preconceito, da origem do preconceito. Eu quero defender com toda nossa garra, com toda nossa força, que jamais teve o intuito de ofender ninguém”.

Hélio de Araújo Júnior, por sua vez, declarou ao site que durante a aplicação da prova, “Algumas pessoas riram, fazendo chacota na hora que viram a questão, outros tomaram dores e faziam sinais negativos de que a aquela pergunta era inadequada”.

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