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terça-feira, 03 outubro 2023
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Aclamada pela crítica, “Ninguém Sabe o Meu Nome” retorna aos palcos em turnê nacional

O dilema de uma mãe preta em falar sobre o racismo na sociedade com o filho é o ponto de partida de “Ninguém Sabe o Meu Nome”, peça aclamada por público e crítica que retorna aos palcos no Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte, nos dias 20 e 21 de maio, sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Já nos dias 25 e 26, quinta e sexta, às 19h, será a vez do Teatro Sesc Alberto Bins, em Porto Alegre, na programação do festival Palco Giratório. Com idealização e interpretação de Ana Carbatti, texto de Mônica Santana e Ana Carbatti, além da direção de Inez Viana e Isabel Cavalcanti, a produção fará temporada pelo país com datas já confirmadas em cidades no Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.

O monólogo reflete sobre os códigos racistas tácitos da sociedade, seus impasses, impactos e possíveis propostas de reparo. Em meio a isso, o desafio de uma mãe preta de meia idade, Iara, para educar e orientar seu filho pequeno, Menino, diante de uma sociedade que não o reconhece como igual, mesmo em um país, o Brasil, que tem a maior população preta do mundo fora do continente africano. Em cena, Ana Carbatti se multiplica em muitas vozes e corpos, cujas expressões são as premissas do projeto, que é apresentado e patrocinado pelo Banco BV.

– Da reflexão ao entretenimento, provocando engajamento e empatia, distinguimos o problema do preto e o problema do branco. Iara só quer ter a certeza de que seu filho vai chegar à idade adulta e se tornar um cidadão comum e respeitado. A sua angústia sintetiza a de milhões de mães no Brasil e no mundo – conta a premiada atriz, indicada ao Prêmio Shell e ao APTR pelo papel.

Tudo começa quando ela acorda de um pesadelo onde ocorre o desaparecimento de Menino. A partir daí, começa por questionar sua própria existência e sua função na sociedade, como mulher e mãe: educar seu filho para que se desenvolva como um indivíduo que cresça, floresça e contribua para a sociedade ou despi-lo, ainda em tenra idade, de sua inocência de modo a prepará-lo para o enfrentamento de uma sociedade que não o reconhece como igual. Em uma conversa íntima com o público, ela discorre sobre suas principais angústias, medos e esperanças, falando através de todos os seus sentidos, se expondo e expondo seu corpo tão marcado quanto belo, tão liberto quanto invisível.

– É urgente refletir e falar sobre o racismo no Brasil e sobre a violência que sofre a população preta, grande maioria no país. É fundamental repensar a história brasileira: um país fundado a partir do massacre violento de muitos, por parte de uma elite privilegiada. Nesse momento, em que vivemos um período de retrocesso político atroz, de guerra psicológica, emocional e moral, é fundamental esse debate no teatro, que é o lugar em que a nossa humanidade ainda sobrevive. E onde ainda é possível um diálogo amoroso – ressalta Isabel Cavalcanti.

Sem deixar de lado o humor e a empatia, o espetáculo traz uma reflexão sobre como a sociedade ainda precisa compreender sua responsabilidade e agir para reparar sua dívida histórica com a população preta.

– Promover a presença e o protagonismo pretos é necessário para a construção do que pode(re)mos chamar de identidade brasileira. E só o antirracismo conseguirá nos devolver à humanidade perdida em mais de 300 anos de escravização. Não haverá liberdade enquanto não houver igualdade. Essa peça é uma das mais importantes que já fiz, em quase 40 anos de teatro. É a palavra-semente que precisa ser espalhada pelo mundo – destaca Inez Viana.

Serviço:

Minas Gerais

Apresentações: 20 e 21 de maio

Onde: Galpão Cine Horto – Rua Pitangui, 3613 – Horto, Belo Horizonte

HORÁRIOS: sábado, às 20h, e domingo, às 19h  

INGRESSOS: R$30 e R$15 (meia-entrada)

DURAÇÃO: 60 min

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos

GÊNERO: drama

Mais informações: 31 3481-5580 / https://galpaocinehorto.com.br/

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Thais Prado
Thais Pradohttp://www.todosnegrosdomundo.com.br
Remanescente de quilombolas, do quilombo da Caçandoca em Ubatuba, formada em Jornalismo, pós graduada em Comunicação Digital e Redes Sociais e formada em Diversidade e Inclusão Social em Direitos Humanos pela USP.
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