A organização sem fins lucrativos We Do It Together irá produzir filmes que tenham como objetivo a promoção das mulheres no cinema. O primeiro longa será anunciado no Festival de Cannes, em maio. Segundo a Variety a ONG ainda atuará fazendo pressão na indústria por mais equalidade de gênero. A organização é uma das convidadas do Encontro Global das Nações Unidas para a Colaboração Global (United Nations’ Third Annual Power of Collaboration Global Summit), que acontece dia 29 de fevereiro.
A We Do It Together surge em um momento de maior discussão sobre o reconhecimento e visibilidade das mulheres nas mais diferentes áreas. “O cinema sempre teve o poder de desafiar convenções e mudar corações e mentes e este poder e potencial precisa ser usado para desafiar as normas arcaicas atualmente em vigor relacionadas às mulheres dentro dessa indústria”, disse Chiara Tilesi, membro do conselho diretor da ONG, à Variety. Outros nomes do conselho são Freida Pinto, Catherine Hardwicke, Amma Asante, Małgorzata Szumowska, Marielle Heller, Ziyi Zhang e Haifaa Al Mansour.
A iniciativa das atrizes chega em um momento de constrangimento para a indústria, que vê seu sexismo nos holofotes com esta última edição do Oscar. Segundo um estudo do Women’s Media Center, a premiação deste ano traz apenas 22% de mulheres indicadas em outras categorias além de atuação. Isso inclui produção, fotografia, direção, roteiro e edição. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas estuda mudar as regras de votação para aumentar a representatividade de seus votantes.
Este ano, o Oscar indicou apenas atores e atrizes brancos em suas categorias de atuação. Isto em um ano com filmes bem recebidos como The Beasts Of No Nation e Straight Outta Compton, ambos com protagonistas negros. Até Creed, que tem como ator principal o astro negro Michael B. Jordan, foi esnobado – apenas Sylvester Stalone foi lembrado na categoria de ator coadjuvante.
Iniciativas como a We Do It Together podem ajudar a mudar o jogo na indústria do cinema, uma das mais poderosas do mundo, mas que vive atualmente um esgotamento criativo e uma falta de representatividade como nunca em sua história.