A 89ª edição do Oscar foi marcada por uma confusão durante o momento mais esperado da premiação: o anúncio sobre o melhor filme. Ao receberem um envelope errado, os atores Warren Beatty e Faye Dunaway declararam ser ‘La La Land’ o vencedor da categoria. Enquanto os envolvidos no musical preparavam seus discursos, já felizes e com a estatueta em mãos, foram informados do equívoco. Logo, comunicaram que ‘Moonlight – Sob a Luz do Luar’ era o grande vencedor da noite.
Alguns felizes, outros tristes. Nesses grandes eventos tudo pode acontecer, vide o erro no Miss Universo 2015. No entanto, no meio dessa situação caótica, com gente descendo do palco e gente subindo nele, o discurso lindo preparado pelo grande Barry Jenkins não foi feito. O diretor do Melhor Filme, que venceu também o Melhor Roteiro Adaptado e o Melhor Ator Coadjuvante com Mahershala Ali, não teve oportunidade de expressar sua sensibilidade no evento mais importante da indústria cinematográfica.
Apesar de tudo, o discurso original de Jenkins foi divulgado no site da revista “The Hollywood Reporter” e é de emocionar:
“Tarell [Alvin McCraney] e eu somos Chiron. Nós somos aquele garoto. E, quando você assiste “Moonlight”, você não supõe que um garoto que cresceu como e onde crescemos iria crescer e criar uma obra de arte que ganha o Oscar. Eu falei muito disso, e eu tive de admitir que introjetei aquelas limitações em mim mesmo, eu neguei aquele sonho a mim mesmo. Não você, não qualquer outra pessoa – eu. E então, a todas as pessoas que, assistindo a isso, se enxergarem em nós, deixem que isso seja um símbolo, uma reflexão que leve vocês a amar a si próprios. Porque fazer isso pode ser a diferença entre sonhar e, de alguma forma, graças à Academia, realizar sonhos que vocês nunca se permitiram ter. Amor”.