O ano de 2019 foi um dos melhores para a cantora Iza. No início do ano ela cantou no Lollapalooza e no final, no Rock in Rio. Entre esses dois grandes eventos, conseguiu, ainda, espaço em sua agenda para participar como jurada da oitava temporada do reality musical The Voice Brasil, da TV Globo.
Apesar da exposição e dos sucessos que vem emplacando nas plataformas digitais, Iza conta que sua presença em determinados locais ainda causa estranheza.
“As pessoas me veem em lugares onde não viam tantos negros e sempre perguntam: ‘Ah, você é militante?’. Eu não preciso ficar falando o tempo inteiro sobre as coisas. Se eu estiver no horário nobre da TV, mesmo calada, já tô dizendo muito.”, declarou a cantora em entrevista ao El País.
A representatividade e o empoderamento feminino são algumas das questões que Iza aborda em sua arte. Nas letras das músicas ela fala sobre tudo. “Ser artista significa lidar com questões sociais”, afirma. Nos clipes, chama a atenção o grande número de bailarinos negros: “A intenção é fazer à beça, até as pessoas pararem de reparar que só têm negros nos meus clipes”.
“A gente está acostumado a não ver negros em determinados lugares. Ainda somos a exceção nos elencos de clipes, novelas e filmes. Mas isso não é normal, porque somos maioria no país. E muitas vezes, quando aparece, o negro acaba estereotipado. Ou você é a empregada ou o vizinho engraçado ou a mulher gostosa, o bandido… Definitivamente, nós somos muito mais que isso”, completa Iza.