Mulheres que tocam tambor para o rei Xangô. Agogô, xequerê, djembé, alfaia. Também se ouve o canto. Brado forte. Alguns, mais perto do céu, em pernas de pau, também fazem suas preces. Quem quebra correntes mexe o corpo em tributo. Mulheres dançam a liberdade. O orixá da justiça deu sua bênção.
Nasceram pelas mãos de Beth Beli e Adriana Aragão. Essas mãos convocaram muitas outras à honrar a cultura afro-brasileira. Respeitam a religião de matriz africana e empoderam a mulher. O Ilú Obá de Min protege a expressão que reúne a diversidade do Brasil e a pluralidade do continente africano.
Instrumentos, cânticos, toques, corporeidade. Candomblé, jongo, maracatu, afoxé, boi, ciranda, samba. Fazem a terra tremer há 12 anos. Ancestralidade ecoa no bloco que reúne axé. O carnaval de São Paulo recebe a resistência cultural afro-brasileira.
“Alaafin de Oyó” representa essa mais de uma década. Oyó, antiga cidade-estado, foi a capital política dos iorubás, ao lado de Ifé, capital religiosa. Todos, em ambas capitais, eram submetidos ao alafim, rei de Oyó, cujo grande soberano foi Xangô – ou Sòngó -, filho de Odudua.
É assim, com todo esse significado, que as mãos femininas que tocam tambor para Xangô homenageam mulheres como Nega Duda, Carolina Maria de Jesus, Raquel Trindade, Leci Brandão e Elza Soares. O brado de mais de trezentas, se torna um só. Xangô recebe, da pedreira, todo o tributo. Kawó Kabiesilé.”
Acompanhe o Ilú Obá de Min no carnaval 2017!