Marcelo Ricardo integra a coluna mensal do site do Itaú Cultural: Encontros com a nova literatura brasileira contemporânea, no dia 11 de novembro. Idealizada pelo Núcleo de Comunicação da organização, nela, o público tem contato com novos autores da cena literária no país, podendo conhecer a sua trajetória e obra.
Dessa vez, além de alguns poemas de Marcelo, será publicado também um de seus vídeos poemas, já que essa mescla da escrita com o audiovisual é parte de seu trabalho.
Neste ano, ele lançou Aos Meus Homens, seu livro de estreia em poesia, parte do projeto multimídia Adé, que busca, através das referências de comunidades formadas nos terreiros, falar sobre as relações entre homens.
O baiano já participou de diversas antologias poéticas, como o Projeto Enegrescência, de 2016, Sarau da Onça, de 2017, e Editora Organismos, entre 2017 e 2018. Ele é graduando em Comunicação Social, pela Universidade Federal da Bahia, e Bacharel em Humanidades, pelo Instituto de Humanidades, Artes, Ciências e suas Tecnologias – Milton Santos (IHAC). Poeta e Contista, venceu o concurso nacional da Juventude Literária da Editora Malê, no Rio de Janeiro.
Marcelo Ricardo está com expectativas para participar da coluna. “Espero que esta publicação alcance muitas pessoas que como eu vislumbra as transformações de suas afetações em simbologias do que de mais belo resistente em nossa existência.”
Já ouviu falar do Mercado Negro de Wall Street?
A trajetória de Marcelo Ricardo
Marcelo Ricardo encontrou a escrita ainda na adolescência. “Comecei em torno dos 13 anos, quando eu tentei escrever um quadrinho. Meus desenhos eram elogiados e eu fui daqueles adolescentes do começo dos anos 2000 que adoravam anime e universos fantásticos. Nesta empreitada, acabei investindo mais tempo com os escritos que com os desenhos e comecei a escrever alguns poemas, pois utilizava como método de pesquisa os livros didáticos de língua portuguesa.“
Desde então, não parou mais de criar e escrever. Criou blogs e participou de coletâneas, como por exemplo o projeto Enegrescência, pela editora Ogun’s Toquess Negros, em 2016. Além disso, foi finalista do Concurso Nacional da Juventude Literária, da Editora Malê (2016), e continuou com as publicações: “Sarau da Onça: o diferencial da favela”, no ano de 2017, “Revista Organismo”, entre 2017 e 2018, e agora tem o seu primeiro livro de poemas, “Aos meus homens”, pela Editora Malê.
“Aos Meus Homens”
Marcelo criou um projeto multimídia, “Aos Meus Homens” que tem sua versão física, como livro, mas também se tornou um pequeno filme. Pelo link, é possível aproveitar essa experiência única.
“O projeto nasceu no primeiro momento da pandemia quando eu quis escrever para algumas pessoas que participavam/participaram de minha vida. A ideia era elaborar algumas cartas para que soubesse, durante a calamidade sanitária, que eu zelava nossas boas memórias. Faltou coragem (e sobrou orgulho) para enviar, e eu percebi que poderia organizar estes escritos entre outros para algo maior. Então comecei a rascunhar o projeto.”
A palavra de origem Yourubá, “Adé”, foi escolhida para representar o filme e o EP. Tudo foi extremamente pensado para passar o sentimento sobre o afeto do homem preto.
“Mas eu estava com energia guardada e muitas ideias fervilhando, ainda havia um recurso que obtive pela Pro Reitoria de Extensão para Universidade Federal da Bahia (PROEXT-UFBA), para estreia uma experimentação artística, que havia sido impedida pelo isolamento social. Foi unindo essas duas oportunidades que nasceu Adé, o projeto multimídia. Adé é uma palavra Yorubá, que na minha comunidade-terreiro usamos para identificar homens que escolhem outros homens de sua comunidade para amar.“
A produção
A equipe do projeto fez com que as ideias se encaminhassem. O escritor relata que contou com Adilson Passos, no projeto gráfico e na capa do livro; Wendel Assis, na direção de fotografia do filme, Tauan Carvalho, com a produção executiva e caracterização, através da @bixacostura; Maiara Cerqueira, fotógrafa do projeto, além de Sidney Alaomin, na montagem e finalização do filme. Laarapio é o beatmaker por trás do produto fonográfico.