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terça-feira, 03 outubro 2023
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Chavoso da USP tem foto colocada em álbum de reconhecimento de suspeitos da Polícia Civil

O estudante, influenciador e palestrante de política Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, é estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e teve sua foto incluída em uma lista de reconhecimento de suspeitos em um inquérito policial que investiga um caso de sequestro na cidade de São Paulo. Ele recebeu com espanto a informação.

“Fiquei muito surpreso e sem entender o que que a gente está fazendo num lugar daqueles, de pessoas que são suspeitas”, contou ao g1.

A foto consta no inquérito desde outubro deste ano, mas Torres só ficou sabendo do caso porque, coincidentemente, um amigo advogado estava analisando o processo e reconheceu sua foto. Em seguida, ele compartilhou o ocorrido em seu perfil no Instagram. “Era só o que me faltava mesmo”, lamentou em postagem.

Chavoso acumulava mais de 250 mil seguidores em sua conta de Instagram que foi suspensa, no momento ele está usando uma conta reserva. No Twitter, o influenciador tem cerca de 140 mil seguidores e 310 mil inscritos em seu canal do YouTube. Ele viralizou nas redes sociais desabafando sobre as diferenças que existem entre ser um jovem periférico e estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Chavoso fala sobre cultura periférica, racismo, desigualdade e outros assuntos, além de realizar palestras sobre esses temas.

O álbum de reconhecimento da polícia é um álbum físico ou digital com fotos de terceiros para que a vítima aponte o autor do crime, servindo apenas como prova inicial que deve ser comprovada por demais evidências. As imagens são selecionadas em álbuns policiais ou redes sociais, uma prática que seria comum nas delegacias.

De acordo com as diretrizes fixadas pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento a partir de fotos é possível, mas tem de seguir o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal. Segundo uma pesquisa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, citada no site do STJ, em cinco anos, entre 2014 e 2019, 53 pessoas foram acusadas indevidamente no estado a partir de reconhecimento fotográfico. Todas foram absolvidas, mas 50 delas chegaram a ser presas preventivamente, sendo que apenas 20% eram brancas.

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Thais Prado
Thais Pradohttp://www.todosnegrosdomundo.com.br
Remanescente de quilombolas, do quilombo da Caçandoca em Ubatuba, formada em Jornalismo, pós graduada em Comunicação Digital e Redes Sociais e formada em Diversidade e Inclusão Social em Direitos Humanos pela USP.
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