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terça-feira, 03 outubro 2023
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A cantora Lizzo e sua positividade

De suas letras a suas atitudes durante a quarentena, a cantora Lizzo mostra que veio para esbanjar honestidade e autenticidade.

A primeira vez que eu ouvi a cantora Lizzo, foi no Tiny Desk Concert, que ela mesma chama de “Tiny Ass Desk”. A primeira música do show é “Cuz I Love You” e é a minha favorita até hoje. Tudo nesse show me impressionou. A voz, o look (aquele vestido laranja, os brincos, a unha combinando com o batom…), enfim, a naturalidade com a qual ela cantava cada música com uma força que dava a impressão de que ela não teria voz para cantar a próxima estrofe (mas sempre tinha) e o quanto ela parecia estar se divertindo ali. Durante as músicas, ela fez questão de fazer uma pausa para fazer piadas que incluíssem homens, mulheres e todas as pessoas sem gênero, entre outras coisas, como ela mesma define. Desde então, eu fiquei apaixonada e ela foi minha artista do ano no Spotify o ano passado.

A cantora Melissa Viviane Jefferson, mais conhecida como Lizzo, está na capa de outubro da Vogue onde falou sobre sua infância, o início de sua carreira, política e mais. Além disso, algumas pessoas próximas a Lizzo também participaram para falar um pouco sobre ela. Nos discursos, uma coisa está sempre presente: a positividade de Lizzo. Acompanhe para entender porquê.

Lizzo: da infância à vida adulta e a carreira de cantora

Assim como Aretha Franklin, a quem Lizzo tem como ícone, a cantora, rapper, compositora e flautista nascida em 1988 cresceu no coral da igreja. Quando tinha 9 anos, ela e a família se mudaram para Houston (isso mesmo, lá de onde veio a Queen B), ela descobriu a flauta e se juntou à banda marcial da região. Depois disso, nunca mais largou o instrumento, que você pode ver por conta própria no Tiny Desk. Mas a Sasha, a flauta carinhosamente apelidada em homenagem a Beyoncé, neste momento, fica guardada em um case de cristais Swarovski em sua casa.

Por falar em casa, até o ano passado, Lizzo morava em um apartamento de apenas um cômodo. Hoje, depois de construir uma carreira sólida como cantora, mora em uma casa com seu próprio estúdio de gravação. Neste ponto, ela brinca que considerava que até então precisava de “pelo menos dois meninos brancos e meio para fazer uma música. Um para ser o engenheiro e outro para produzir. Mas agora eu posso sentar no meu estúdio e ser a minha própria engenheira e produtora.”

Sophia Eris, sua colaboradora e amiga de longa data conta que “ela entende as construções musicais básicas e as leis e teorias que fazem com que você sinta certas coisas.” Eris também conta sobre como a confiança de Lizzo em si mesma faz com que as pessoas se sintam melhores amigas dela com muita facilidade. Elas mesmas já eram amigas antes da fama. Eris conta que elas se conheceram em uma festa, ficaram amigas no karaokê, se tornaram família, começaram sua própria banda, chamada The Chalice e, quando a carreira de Lizzo começou a decolar, a cantora a convidou para ser sua DJ.

O talento de cantora de Lizzo parece natural. E talvez seja. Mas…

Há muita, mas muita dedicação no trabalho de Lizzo. Quando estava no último ano do ensino médio, a família de Lizzo se mudou para Denver, mas ela optou ir para a Universidade de Houston para estudar música aplicada. No meio do segundo ano, ela decidiu sair para se reinventar. Deixou a flauta de lado para tentar ensinar a si mesma como ser uma cantora.

Este período não foi tão positivo assim. Lizzo descreve que estava em um momento sombrio de sua vida e que foi na época em que perdeu seu pai, de quem ela era muito próxima. Ela havia se juntado a uma banda de rock e morava em seu carro, mas ressalva a diferença de ter que morar em seu carro para escolher morar em seu carro. Ela diz que a mãe e seus irmãos estavam prontos para recebê-la se ela precisasse e desejasse, mas ela já havia tomado sua decisão.

Depois disso, Lizzo resolveu se mudar para Minneapolis, que na época era conhecida como a meca do hip-hop, que foi onde conheceu Eris. Lá elas também conheceram Quinn Wilson e, assim, a família estava formada. Hoje, Wilson é a diretora criativa de Lizzo, que diz: “Nós três temos sido como irmãs. Passamos por tantas coisas juntas desde que nos conhecemos. E sempre garantimos que o relacionamento é o que estamos priorizando. Nunca o dinheiro, nunca a carreira.” Quem não ia querer ser amiga de Lizzo?!

Lizzo = body-positive?

Mas nem só de positividade vive Lizzo. Inclusive, essa é uma questão para ela: “Acho que é preguiçoso da minha parte dizer que sou body positive a esta altura. É fácil. Eu gostaria de ser body-normative. Quero normatizar meu corpo. E não ser tipo ‘Ah, olha que movimento legal. Ser gorda é body positive.’ Não, ser gorda é normal. Acho que agora eu devo às pessoas que criaram esse movimento não parar por aqui. Temos que fazer com que as pessoas se sintam desconfortáveis de novo para que possamos continuar a mudar. A mudança é sempre desconfortável, né?”

A cantora também fala sobre a audiência que sua música e sua personalidade atrem: no começo, grande parte da audiência da cantora de Lizzo era composta por feministas brancas, pessoas brancas do movimento LGBTQIA+, mas que agora conta com muito mais diversidade. Ela diz: “Bem, eu sou uma mulher negra. Então posso fazer basicamente tudo o que optar por fazer.” Ela reforça que seus fãs negros reforçam que ela é uma mulher negra fazendo música a partir de sua experiência negra. E também diz que sua mensagem pode atingir a qualquer um.

Lizzo compartilha mensagem inspiradora sobre autoconfiança

Lizzo também fala sobre a importância do voto das pessoas negras nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, e sobre ter uma mulher negra como vice-presidente: “Ter uma mulher negra como vice-presidente seria ótimo porque estou sempre torcendo por pessoas negras. Mas quero mudanças verdadeiras acontecendo… Nas leis. E não só na parte externa, sabe? Não um conserto temporário para uma questão sistêmica e enraizada.”

Lizzo songs are the most important thing for my mental health| Well+Good

Vida amorosa?

Lizzo sempre traz sua mensagem. Às vezes gritando, como em Cuz I Love You, não por ser uma “mulher negra com raiva”, mas por poder e querer mostrar sua potência, às vezes contando histórias sobre suas amizades.

Durante a entrevista para a Vogue, ao ser questionada sobre sua vida amorosa, Lizzo diz preferir não falar tudo sobre sua vida. Já no show do Tiny Desk, ela passa uma mensagem que serve para todos: “Se vocês conseguem me amar, também conseguem amar a si mesmos.”

Ah, claro, Lizzo também falou sobre seu próximo álbum. Embora não tenha falado sobre datas ou informações concretas, deu o recado: vai ser bom para c*r*lh*.

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