365 dias no ano. Em anos bissextos, como o próximo, 366. Ainda assim, um dia entre tantos para falar sobre negritude. 20 de novembro. E depois, nunca mais.
Hoje tudo já mudou. Poucas pessoas brancas lembrando a importância de que sejam anti racistas, poucas empresas falando sobre a importância da diversidade, poucos internautas lembrando de Lucas.
Ou Rafael Braga. Ou Marielle. Ou Renan da Penha. Ou, ainda, tantos outros que sequer conhecemos os nomes. Pouca gente lembrando que a carne mais barata é a negra.
Pouca gente contratando a carne mais barata. Pouca gente assistindo a peça da carne mais barata. Pouca gente conferindo o vídeo da carne mais barata. Pouca gente fechando parceria com a carne mais barata.
Negros precisam de visibilidade todos os dias do anos. E não apenas esta visibilidade que o Dia da Consciência Negra permite. Falta visibilidade na entrevista de emprego. Sobra visibilidade na abordagem policial.
Continuem falando sobre nós. Das coisas tristes, mas também das coisas bonitas. E, além de falarem sobre nós, lutem conosco. Não basta não ser racista. É preciso ser anti racista. Todos os dias do ano. E não só nas redes sociais.