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terça-feira, 03 outubro 2023
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70 anos da televisão brasileira: O que mudou até aqui?

A televisão no Brasil tem seu início comercialmente em 18 de setembro de 1950

A televisão brasileira está completando 70 anos, com momentos marcantes e um legado de entretenimento. Por mais que a era digital tenha dominado, é extremamente difícil encontrar alguém que nunca assistiu TV ou que não tenha uma história para contar sobre esse aparelho de transmissão que se tornou parte da família. Quem nunca acompanhou uma novela? Ou então assistiu alguém próximo vibrar com as reviravoltas da trama? Mas ao longo tempo, também vimos personagens mal colocados, estereotipados e uma ausência de representatividade. Por isso vamos relembrar a trajetória da cultura negra dentro das telinhas.

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Em 1969 a atriz Ruth de Souza estreou na novela “A Cabana do Pai Tomás” como uma das principais e hoje em dia alguns a atribuem o título de primeira protagonista negra. Porém, o folhetim criou uma série de controvérsias ao praticar o chamado BlackFace, em que o ator Sérgio Cardoso, um homem branco que interpretava o escravo Tomás, se caracterizou com a pintura do rosto e do corpo em tinta preta, perucas e até mesmo o uso de rolhas para colocar no nariz, o deixando com o famoso “nariz de batata”.

No ano de 1995 a trama de Silvo de Abreu, intitulada de “A Próxima Vítima”, trouxe uma família negra bem sucedida, o que quebrava com os estereótipos da época. O núcleo contava com nomes de peso como Antônio Pitanga, um dos percussores do Cinema Novo no Brasil, Zezé Motta, Norton Nascimento, Lui Mendes e Camila Pitanga. Com o passar dos anos pudemos assistir mais cor nas telinhas. Taís Araújo interpretou a protagonista Preta, na novela “Da Cor do Pecado” – hoje em dia o enredo chegou a receber algumas críticas pertinentes sobre como foi tratada a questão racial, mas ainda é um marco. Tempos depois Taís foi uma das Helenas de Manoel Carlos, com destaque no horário nobre e mesmo assim não emplacou por implicância do público e problemas internos.

“Lado a Lado” também foi uma novela marcante, retratando alguns fatos históricos e mostrando a vida dos negros libertos. Camila Pitanga e Lázaro Ramos formaram um par romântico que agradou os telespectadores e, mesmo assim, a Globo deixa a entender que Taís, Lázaro e Camila são os únicos atores negros gabaritados para serem protagonistas, esquecendo de outros tão talentosos quanto como Cris Vianna, Sheron Menezes, Gabriela Moreyra – que interpretou a protagonista Juliana na novela Escrava Mãe na Record mas que acabou tendo o roteiro ofuscado por outros atores.

Neste ano, perdemos nomes importantes da dramaturgia como Chica Xavier e Gésio Amadeu. Zózimo BulBul, Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Zezé Motta, Neuza Borges, Léa Garcia e tantos outros formam uma geração de pioneiros dentro da TV brasileira, mas ainda uma das maiores formas de entretenimento é feita por brancos e para brancos, mesmo em um país onde 50% da população é negra. O debate sobre mais representatividade está ganhando mais força, quem sabe na comemoração dos 100 anos TV brasileira podemos ter mais motivos para celebrar.

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